Moradores da Ajaylat: “Sabemos onde está Kadafi. Ele está em nossos corações!”
Duas semanas atrás, em quase todas as casas na cidade de Ajaylat, uma cidade a cerca de 50 quilômetros a oeste de Trípoli, tremulava a bandeira verde da Líbia de Kadafi. Hoje, as bandeiras foram todas retiradas, mas as bandeiras dos rebeldes tricolor estão colocadas apenas em alguns dos prédios do governo.
Nos muros e paredes, jovens pintaram grafites pró-Kadafi, e até agora não foram substituídos com slogans dos rebeldes. Nas lojas as persianas verdes ainda estão em maioria, e - ao contrário de outras cidades do leste -, ninguém parece estar à procura de tinta vermelha e preto, cores rebeldes, para convertê-los ou para agradar os bandos armados que patrulham a cidade.
"Nesta área, apenas cerca de 5 por cento das pessoas são contra Kadafi", disse Khamis, um empresário de 45 anos de idade, que como muitas pessoas aqui preferiu não dar seu nome de família, para que pudesse falar mais livremente e não sofrer perseguição dos rebeldes. "Noventa e cinco por cento são pró-Kadafi. Mas no momento estamos em nossas casas, preocupados e com medo sobre o que está acontecendo. Nosso país está sendo bombardeado por uma força terrível."
Ajaylat foi ocupada por rebeldes líbio no início de setembro, cerca de 10 dias após a ocupação de parte de Trípoli. Os rebeldes formaram um conselho para a cidade e dizem que estão trabalhando duro para ganhar a confiança das pessoas.
Mas o apoio a Kadafi e seu governo são quase unânimes aqui - vários altos funcionários do governo vivem em Ajaylat, uma cidade conservadora, onde a comunidade é muito unida e menos cosmopolita do que outras vilas e cidades ao longo da costa, onde a rebelião prosperou graçasao apoio dos governos estrangeiros – EUA, França e Inglaterra. E a maneira como se comportaram os combatentes rebeldes quando invadiram a cidade não fez nada para ajudar a sua causa. Residências de alguns simpatizantes do líder Kadafi foram saqueadas ou queimadas, as armas foram apreendidas sob mira de armas, e carros foram confiscados pelo “novo governo”, dizem os moradores. Na verdade, estão roubando os bens e propriedades dos moradores nativos.
"Esta não é uma revolução pacífica", disse Khalifa Omar Musbah, um agricultor de 61 anos que diz que seus dois filhos foram mortos quando se recusaram a entregar as armas. "A revolução deve ser pacífica e trazer um melhor sistema de governo, não apenas as armas. Ninguém conquista uma cidade roubando os moradores."
Os problemas dos rebeldes na conquista da cidade de Ajaylat são um microcosmo dos problemas ainda maiores que estão por vir, na conquista das fortalezas pró-Kadafi em Sirte, Walid Bani e Jufrah, a leste de Trípoli.
Na quinta-feira, em Bani Walid, partidários de Kadafi dispararam pelo menos 10 foguetes em direção a linhas rebeldes, que foram obrigados a recuar. Os rebeldes que têm convergido para Bani Walid dizem ter encontrado um número muito grande de combatentes pró-Kadafi, possivelmente comandados por um ou dois de seus filhos.
Enquanto a mídia ocidental se preocupa em descobrir “onde está Kadafi”, a Otan continua bombardeando a cidade de Sirte, assassinando centenas de civis indefesos, diante do silêncio hipócrita e criminoso da ONU e dos governos envolvidos no atual genocídio na Líbia. Ver fotos no site http://libyanfreepress.wordpress.com/photos/nato-crimes-pic-1/
Desmentindo as notícias publicadas na mídia ocidental, o líder Muamar Kadafi emitiu outra mensagem desafiadora para um canal de televisão síria, prometendo permanecer na Líbia para lutar até libertar o país da ocupação da Otan, chamando seus adversários de "mercenários, bandidos e traidores", e descartando relatos de que ele estava fugindo em direção a estados africanos vizinhos.
"Estamos prontos para começar a luta em Trípoli e em todo lugar, em todas as cidades, vilas e aldeias da Líbia", disse Kadafi na mensagem. "Todos esses vermes, ratos e mercenários, eles não são líbios, perguntem a qualquer um. Eles são colaboradores da Otan para promover genocídio na Líbia e roubar as riquezas naturais do nosso povo".
Etiquetas: Revolución árabe de liberación nacional
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